Desisto. Desisto de você, desisto de recuperar nossa amizade, desisto do meu mundo. Desisto do meu futuro, desisto de tudo. Dizem que nunca devemos desistir, que devemos lutar até o fim. Mas, será que já não estamos no nosso fim? Será que o nosso fim, não chegou e não passou há algum tempo atrás? Será que a primeira vez em que brigamos, não foi à primeira vez, que sentimos o nosso fim? Será que quando eu não te importo, quando você não me responde, quando eu sou só mais uma, não é o nosso fim falando mais alto do que qualquer outra coisa? Como ou porque não desistir, quando o seu porto seguro se transforma no seu pior inimigo? Quando o motivo dos seus antigos sonhos, se transforma em seus piores pesadelos? Ou mesmo, quando o seu alicerce, se transforma em seu abismo? Agora sou eu, quem não quero mais. É tarde demais. Cansei de sempre ter que ser a errada da nossa historia, cansei de sempre ter que correr atrás de você. Cansei de gastar todas as minhas noites pensando em você.
A lembrança dói. Meu cérebro tenta descobrir onde fica exatamente a dor, mas logo desiste, porque tudo dói. Estou cansada de viver como se já fosse uma pessoa adulta e madura. Gostaria de voltar a ser criança, uma garotinha de seis anos que caiu da bicicleta. Gostaria de fazer cara de choro e correr aos berros para a cozinha, onde minha mãe me ergueria do chão, me daria um forte abraço e beijaria meu joelho esfolado. Eu pararia de chorar e tomaria leite com chocolate para a dor passar. Essa é uma das coisas que as pessoas não nos ensinam quando falam de crescer: como lidar com as dores que não passam com um beijo (...)
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